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A vida privada dos homens sem maneiras

by João Pedroso

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1.
Acho que ontem a noite foi má E bebi demasiado, talvez Não sei que feira será Muito menos o dia do mês Outro dia sem me pôr de pé A ver os anos passar Não me ajuda nem o café Nem o sistema solar Não perguntem porquê Não tiro a baixa Estudar para quê? Se um mestre doutorado acaba a trabalhar na caixa Vou da vigília em vão Até ao sono mortal Do meu sepulcro pagão Que por bem calhou ser de casal Não perguntem porquê Só me ergo ao meio-dia Trabalhar para quê? Se para quem não faz nada sempre fica a demasia De tanto ficar para trás Estou de alma prostrada no chão Se sabem o mal que me faz Atirem-me para um vulcão Ou trespassem-me o coração Com o mais adequado talher Mas deem-me o que eu quiser Mas deem-me o que eu quiser Não perguntem porquê A sós caminho Casar para quê? Se mesmo que não se queira, sempre se morre sozinho
2.
O meu amor Não posso tê-lo Está no alto de um monte calado e frio Não tem jóias Nem cabelo Vive em casa, de onde jamais partiu É a mais bela Da minha terra À janela de onde sai para me ver Dá para o sótão Que a encerra Com os restos de quem no monte se foi perder Disse ela: "Amor, Com amabilidade Destranca a porta e apaga o círculo de giz." E lá foi ela Para a cidade Peço a Deus perdão pelo que fiz
3.
Sem explicação Assuntos do coração Não se parecem Com contos de fadas Oferta As coisas certas Sempre acontecem Nas alturas erradas E eu canto Porque fiquei só Rodopiam as garrafas no chão Num pranto De meter dó Oramos a Santa Maria Sem João Pendurei pelo solar As saias que deixou ficar Feitas de linha Os perfumes e os vernizes Em tronco nu Ajoelhado em grão cru Nesta casinha Onde já fomos felizes E eu canto Porque fiquei só Rodopiam as garrafas no chão Num pranto De meter dó Oramos a Santa Maria Sem João E eu canto Porque fiquei só Rodopiam as garrafas no chão Num pranto De meter dó Vamos todos a Santa Maria Vamos todos beber da sangria Vamos ler da mais alta poesia Sem o João
4.
Ao fim de um serão dos mais compridos Já tentei contas, já tentei ler Tomei os chás e os comprimidos Mas não consigo adormecer Que aborrecida a luz do luar Fugindo do tédio ponho-me a pensar Penso na vida, penso no verão Penso no futuro desta nação Cansa-me a aurora Como cansa a escuridão O sono chega mas vai-se embora E eu fico agarrado ao colchão Não sei quem me dá estes castigos Mas meu benfeitor não é Peço aos mortos, os meus amigos Que me convidem só para um café Que aborrecida a luz do luar Fugindo do tédio ponho-me a pensar Penso na vida, penso no verão Penso no futuro desta nação Cansa-me a aurora Como cansa a escuridão O sono chega mas vai-se embora E eu fico agarrado ao colchão Cansa-me a aurora Como cansa a escuridão O sono chega mas vai-se embora E eu fico agarrado ao colchão
5.
Voltei a fazer o mal Por não poder mais estar sem Voltei-me a sentir normal E normal não sabe bem Saio e bebo um litro E encanto o teu perdão Pergunto se me foi concedido E afinal parece que não Então sigo com a maré Como um invólucro de plástico que sufoca um peixinho E então também ele se vai E eu torno a ficar sozinho Quero abrir novos caminhos Olhar de novas janelas Se queres tanto sair daqui Porque é que não te atiras delas? Não aguento mais a descida Dessas coisas letais Se tens tanto amor à vida Então porque é que sais? Nas noites sempre iguais Em que sempre me orgulho demais assim Da gracinha que acabo de dizer Tão eloquente Tão mordaz E pertinente E toda a gente adorou Toda a gente adorou Toda a gente adorou

about

Gravado no Barreiro durante a Primavera de 2019, produzido em Londres e em Algeciras, entregue na fronteira.

credits

released August 3, 2019

Vozes, Guitarra, Adufe (!), Baixo - João Pedroso
Programação - George Oughton
Mistura e Masterização - George Oughton
Ilustração e Capa - Eva Nave

Agradecimentos: Paulo Cavaco, Eva Nave, Tiago Inácio, Marta Garrett, Madalena Oliveira, Mãe, Pai, Amigos. Bem hajam todos pelo vosso apoio, carinho e paciência.

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Linha Amarela Produções Barreiro, Portugal

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